O dia em que contra-acatamos

As revelações do whistleblower Edward Snowden nos forneceram detalhes perturbadores e a confirmação de alguns dos nossos piores temores sobre as práticas de espionagem da NSA e de seus parceiros. Juntamente com agências parceiras de pelo menos cinco países de língua inglesa (os Five Eyes), a NSA têm construído uma infraestrutura de vigilância global para “dominar a internet”. Com acordos sigilosos, operam à margem do Estado de Direito para varrer o conteúdo de comunicações eletrônicas em todo o mundo, no Brasil, inclusive. Entre muitas outras práticas, estão minando os padrões básicos de criptografia, espalhando malwares em computadores e ameaçando a própria espinha dorsal da Internet para recolher informações em massa de milhões de pessoas que nem são suspeitas de nenhum crime.

Mas usuários da rede em todo o mundo estão se unindo para impedir que a NSA e os seus cinco aliados arruinem a Internet, pois no dia 11 de fevereiro, as redes vão presenciar um protesto global para exigir um fim à vigilância em massa feita por qualquer país, em qualquer estado, independente de fronteiras ou políticas. Será “O Dia Em Que Contra-Atacamos”.

O movimento se inspira nos protestos contra o Stop Online Piracy Act – SOPA, que mobilizaram milhões de usuários da rede para impedir que esse projeto de lei entrasse em vigor. Em janeiro de 2012, graças à mobilização popular o projeto foi suspenso Naquele momento, conforme o ativista Aaron Swartz: “fomos os heróis de nossa própria história.”

Como participar:

1. Assine e divulgue os 13 Princípios que explicam porquê a vigilância em massa é uma violação dos direitos humanos.

2. Crie: Desenvolva memes, ferramentas, websites, e faça tudo que puder pra encorajar outros a participar e mande para gente que ajudamos a replicar nas redes. Se precisar de inspiração, utilize nossa Central de Recursos, tudo por lá é livre para você remixar ou replicar. Este texto mesmo pode ser copiado, colado ou modificado no seu site, replicando a mensagem.

3. “Compartilhar é cuidar”: Use todas as ferramentas das midias sociais, queremos fazer o maior barulho possível. Queremos que essa seja uma campanha global de verdade, com o envolvimento de todos os países. Quanto mais pessoas aderiem, mais os líderes mundiais ouvirão nosso pedido pra interromper a espionagem em massa nos domicílios e em outros países. A hashtag internacional será #thedaywefightback. Se quiser, pode utilizar algumas das nossas sugestões de //tuítes//.

4. Não se esqueça da pauta nacional: interaja nas rede com conteúdos pela aprovação de um #MarcoCivil da Internet que assegure os direitos à privacidade e liberdade de expressão; demande do nosso governo que o Ante-Projeto de Lei de Dados Pessoais seja encaminhado ao Congresso Nacional, etc.

5. Vá além: planeje suas próprias ações e se comprometa com elas. E aí, conte seu plano pra gente, pra podermos linkar e retransmitir seus esforços.

No Brasil, já aderiam:

Oficina Antivigilância (@antivigilancia),

Movimento Mega (@mega_nao),

Artigo 19 (@artigo19)

Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas (@CTS_FGV)

Intervozes (@intervozes)

Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – IDEC (@idec)

Coletivo Digital (@coletivodigital)

Proteste (@proteste)

Trata-se de um movimento aberto, em que toda organização é bem vinda, basta enviar um twitter para @antivigilancia que sua organização será adicionada nas informações da campanha nacional, em integração com o fluxo de informações dos parceiros internacionais. No âmbito global, a campanha é coordenada por organizações dos quatro cantos do mundo no “The Day We Fight Back”.

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